Audição pública no Parlamento Europeu com os contributos de Fernanda Bonacho
No dia 8 de abril, a Comissão de Cultura e Educação do Parlamento Europeu (Committee on Culture and Education; CULT) realizou uma audição pública sobre como “Melhorar a literacia mediática na era digital” (“Enhancing media literacy in the digital age”), explorando o impacto das tecnologias digitais na literacia mediática.
Na sessão, especialistas europeus partilharam o mais recente conhecimento científico sobre práticas de comunicação nas plataformas digitais e formas de apoio ao desenvolvimento da literacia mediática.
Uma das especialistas convidadas foi Fernanda Bonacho, docente na Escola Superior de Comunicação Social, do Politécnico de Lisboa (ESCS-IPL), e titular da Cátedra UNESCO Comunicação, Literacia Mediática e Cidadania, da ESCS-IPL.
Na sua comunicação, intitulada “Journalistic processes to support media literacy”, Fernanda Bonacho explorou a importância do papel do jornalismo na literacia mediática. A docente da ESCS discutiu as atuais tendências nas narrativas jornalísticas, especialmente online, e a necessidade de que sejam criados novos processos jornalísticos. Afirmou que as atuais formas de comunicação oferecem uma enorme quantidade de informação, mas, ao mesmo tempo, desafiam a sua qualidade e a capacidade para distinguir entre o que é relevante e manipulador. Lembrou, ainda, que a promoção da literacia mediática e o apoio ao jornalismo são fundamentais para saber contrariar a rápida propagação da desinformação no mundo digital de hoje.
Fernanda Bonacho acredita que só através do trabalho colaborativo e do investimento inovador e mais humanizado na literacia mediática se pode criar uma sociedade mais empática e resiliente, onde os cidadãos são informados com responsabilidade, ficando disponíveis para participar de forma racional e tolerante no debate público. A docente terminou a intervenção a sublinhar como o jornalismo, enquanto serviço público e pilar da democracia, se deve preocupar em encontrar narrativas jornalísticas pertinentes e eficazes e desempenhar o seu papel central neste processo, garantindo a veracidade, a imparcialidade e a ética da informação profissional.
Os restantes oradores fizeram intervenções sobre o papel dos media digitais na vida quotidiana (Francesca Pasquali), as especificidades da desinformação online (Alessandro Orlowski); e a capacitação dos jovens no combate à desinformação (Will Kingston-Cox).
No final, houve ainda espaço para perguntas por parte de vários deputados europeus.
Foto por Parlamento Europeu