Clube de Leitura: O EntreLinhas saiu à rua, e Lisboa respondeu com histórias

Foram especiais as duas últimas sessões do ano letivo 24/25 do Clube de Leitura EntreLinhas, da Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), do Politécnico de Lisboa (IPL).

Em junho, o EntreLinhas deu a conhecer aos seus membros dois recursos culturais da comunidade.

No Espaço Ulmeiro, juntaram-se leitores dos 10 aos 80

A 6.ª sessão do EntreLinhas realizou-se no dia 18 de junho, data em que se celebra o Dia Internacional de Combate ao Discurso de Ódio, no Espaço Ulmeiro, uma histórica livraria de Benfica com mais de 50 anos.

No encontro tivemos o privilégio de contar com a presença e participação do fundador da livraria, José Antunes Ribeiro.

“As palavras estão todas do lado de dentro”, poema de André Tecedeiro, foi o mote para a conversa.

A partir dos livros escolhidos pelos participantes (levados de casa ou disponíveis no espaço), este foi um momento de diálogo e reflexão sobre práticas de comunicação e cidadania orientadas pelo respeito, pela dignidade e pelos direitos humanos.

A diversidade de idades dos participantes – dos 10 aos 83 anos – trouxe muita riqueza à conversa. Tanto foram identificadas camadas mais políticas e institucionais do discurso de ódio, como se falou sobre as suas causas a partir de comportamentos do dia a dia — nas interações entre colegas na escola, por exemplo.

Livros que serviram de inspiração durante a sessão: Inés da minha alma, de Isabel Allende (Bertrand Brasil); Todos Devemos Ser Feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie (D. Quixote); A Educação dos Genes – Uma viagem às origens biológicas do comportamento humano, de Luís Bigotte de Almeida (Climepsi Editores); The book of joy, de Desmond Tutu e Dalai Lama com Douglas Abrams (Cornerstone); Deus na escuridão, de Valter Hugo Mãe (Porto Editora); A família dos Mumins, de Tove Jansson (Relógio d’Água); O triunfo dos porcos, de George Orwell (D. Quixote); e A axila de Egon Schiele [poesia reunida 2014-2020], de André Tecedeiro (Porto Editora).

Fernando Pessoa na Mensagem ao Vivo

No dia 21 de julho (7.ª sessão), o EntreLinhas levou a comunidade da ESCS-IPL à Mensagem ao Vivo, um espetáculo que, segundo a Mensagem de Lisboa, “não é teatro, não é jornalismo… é uma mistura dos dois.” O jornal digital leva a palco histórias reais contadas pelos seus protagonistas e por jornalistas.

Este foi um encontro dedicado à celebração da diversidade da cidade de Lisboa, com sensibilização para a importância de melhorar a acessibilidade e a inclusão, mas também com histórias contadas na primeira pessoa sobre a relação entre a experiência da cidade e a criação de sentido, através da arte, da escrita, da música e da fotografia.

Na sessão, o escritor Ricardo Belo de Morais falou de como Fernando Pessoa se inspirava na cidade de Lisboa, nos seus recantos, nas suas cores, nos seus transeuntes e personagens habituais para escrever. O também guardião da Casa Fernando Pessoa caracterizou, ainda, o poeta como uma pessoa muito diversa já no seu tempo.

O Clube de Leitura EntreLinhas volta no próximo ano letivo, tendo já uma sessão agendada para dia 26 de setembro.

Foto da capa por Luísa Sereno (Junta de Freguesia de Benfica)
Foto da sessão da Mensagem ao Vivo por Fernanda Bonacho (ESCS-IPL)