De jornalista a escritora, ex-aluna da ESCS apresenta o seu segundo “thriller”

Filipa Amorim esteve, no passado dia 7 de maio, na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), do Politécnico de Lisboa (IPL), para apresentar o seu segundo livro, A Noite da Tempestade, editado pela Suma de Letras. 

Ao seu lado, a autora contou com Maria João Covas, conhecida promotora da leitura nas redes sociais, professora de Língua Portuguesa, especialista em Gestão de Bibliotecas Escolares, e investigadora na área da Literatura Comparada. 

Esta foi a 5.ª sessão do Clube de Leitura EntreLinhas, da ESCS-IPL, numa organização conjunta com a coordenação da Licenciatura em Jornalismo e a Penguin Random House. 

O encontro, que durou cerca de uma hora e meia, decorreu num registo informal, com elevada participação dos mais de 25 alunos presentes. 

A escritora convidada é atualmente assessora de imprensa e foi aluna de Jornalismo na ESCS. 

Quando questionada sobre de que forma o curso e a experiência profissional contribuíram para se tornar escritora e para a redação deste livro, Filipa Amorim lembrou que a protagonista da história é jornalista. Nesse sentido, embora a obra não seja autobiográfica, o percurso da escritora foi muito útil para construir a personagem e para perceber como funcionam os contextos em que esta se move. Além disso, Filipa Amorim sublinhou que “a busca da verdade” está sempre muito presente em si e que esse princípio orientador também influencia a escolhas que faz na ficção. 

Ao longo da sessão, os alunos mostraram muito interesse a saber mais sobre o processo de escrita e edição de um livro. “Quando é que um livro está terminado?”, perguntou um estudantes. 

“O livro acaba no leitor”, disse Maria João Covas. “Não termina, continua”, respondeu, por seu turno, Filipa Amorim.  

Já do ponto de vista prático, a autora acrescentou que há uma altura em que é mesmo preciso entregar o livro e confiar nas alterações propostas pela pessoa responsável pela edição da obra. “Os editores são essenciais” para cortar o que é supérfluo, valorizou a escritora. 

  

Quanto ao mercado editorial nacional e à abertura a novos escritores, é “mais fácil publicar agora do que há cinco anos”, afirmaram ambas as convidadas. 

Há oito anos, quando começou a fazer divulgação de literatura, Maria João Covas não recebia obras de autores portugueses. “Hoje em dia não tenho tempo para ler tudo”, comentou. Além disso, há maior abertura às escritoras mulheres. 

Algumas editoras estão mais recetivas e vão aderindo às tendências que vêm do estrangeiro no que toca a estilos literários – fantasia, romance, romantasy (fantasia romântica), distopia, etc. 

Ainda assim, Filipa Amorim admite que lhe parece difícil viver da escrita em Portugal. “O nosso mercado é muito pequenino”, comentou. 

A propósito de uma pergunta de uma aluna, a convidada deixou algumas dicas para quem quer enviar livros para as editoras, começando por explicar que é preciso perceber qual é a editora mais indicada para o estilo de obra que se quer publicar. A Feira do Livro de Lisboa, que este ano se realiza entre 4 e 22 de junho, é também uma oportunidade de excelência para uma conversa presencial com as pessoas responsáveis pelas publicações. 

Já quanto aos hábitos de leitura, as convidadas concordaram que o que interessa é ler, “ler o que nos apetece ler”. E “discutir os livros em casa”, acrescentou Maria João Covas. 

A Noite da Tempestade, a segunda obra de Filipa Amorim, chega depois de A Corrente (Suma de Letras , 2024), também policial. Embora prefira escrever thrillers, a escritora admitiu que talvez venha a experimentar o romance contemporâneo um dia. 

Fotografias por Margarida Alpuim